Franco Junior

A comoção foi e ainda é grande. A real solidariedade, no entanto, é minúscula.
O dia 29 de novembro ficará eternamente marcado na memória do futebol mundial. A data dilacerou corações apaixonados pelo esporte e irá sempre fazer doer o peito da vibrante torcida de Chapecó.

Quase um mês após a tragédia, a Chapecoense caminha rumo à reconstrução. Passos ainda bem curtos com apenas a contratação do técnico Vagner Mancini, do zagueiro Douglas Grolli e do meia Dodô. Não por culpa do time do Oeste de Santa Catarina. Mas sim pelas falsas promessas de inúmeros cartolas.

Foi muito fácil se comprometer a emprestar jogadores para que a reconstrução fosse mais rápida. Difícil é cumprir a promessa ou, até mesmo, realmente desejar que a Chapecoense volte a ser forte.

Apenas Cruzeiro, Atlético-MG, Atlético-PR, Palmeiras, São Paulo e Fluminense têm honrado o que foi dito. Outros clubes apenas oferecem refugos que já não querem em seus próprios times.

É triste acreditar que em momentos como esse existam os falsos solidários. Dirigentes que na verdade só querem o bem do seu próprio umbigo e que para sair bonito na foto prometem, prometem, prometem e o final todo mundo já sabe: continuam a fazer promessas que nunca são cumpridas.

O futebol brasileiro tinha tudo para realmente se unir após a trágica perda de quase todo elenco da Chape. Era o momento da emoção se tornar razão e não dos sentimentos se transformarem em tristes palavras ditas ao vento.

Que o mundo lembre do 29 de novembro não só por conta da tragédia. Que recorde também como a data em que ficou evidente a existência dos canalhas. Aproveitadores que secam as lágrimas de crocodilo, com a mesma mão em que assinam contratos pensando em benefícios próprios.

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