Na tarde deste sábado, o novo estádio do Palmeiras chega a marca da quinta dezena de jogos. Pouco menos de 2 anos de vida, mas como uma alma de senhor, daqueles que contam causos e emoções através de um simples olhar. E de fato é uma alma velha, já que o espaço preferido do Palmeirense nada mais é que a saudosa aura do Palestra Itália vestida pela jovialidade da nova versão.

Inaugurado em Novembro de 2014, diante do Sport, o Allianz Parque nasceu histórico e improvável. Com rendimentos e público fantásticos, mas sem efetividade pratica. Sediou uma derrota do alviverde. Imponência do rival nordestino que batizou o chopp e o estádio. Lembrança dolorida para o torcedor palestrino. De lá, a peregrinação chegou ao último jogo do campeonato brasileiro 2014, ocasião que valia a permanecia do verde na série A. Empate, salvação conquistada, a primeira grande emoção do novo estádio. Choro copioso, cantos desesperados de alívio. O Palestra foi crismado. E esse articulista, internado por quase ter infartado.

Em 2015, o estádio viveu seu amadurecimento. Teve a maior média de público do Brasil no primeiro semestre, teve a marca de 30 mil pessoas de média, 2 milhões de reais por cada peleja. Uma máquina de lucrar. No entanto, faltava que o real sentido de possuir uma grande casa que colaborasse em vitórias nas 4 linhas se efetivasse. Faltava celebrar conquistas. Fazer de casa o melhor lugar do mundo. Faltava.

Dia 02/12/15. Palmeiras chegara na final da Copa do Brasil contra o favorito Santos. Havia perdido o primeiro jogo das finais por 1 a 0. Possuía desfalques relevantes. A decisão seria no novo estádio verde. Motivos para desconfiar, certo? Certo. Mas parecia haver lá uma cega confiança que “em casa, a gente manda”. Não eram 18 horas da tarde, eu, esse que vos escreve, estava em frente ao estádio, com as ruas tomadas por torcedores, por confiança, euforia.

0h, 03/12/15. O Allianz parque havia tremido, os pés tremulavam com o chacoalhar do concreto. A alma velha do Palestra parecia gritar alto, berrar ao mundo novo que era hora de mudar os panoramas, provar efeito que uma obra arquitetônica pode causar. O Palmeiras foi campeão, o estádio foi campeão um ano após o calvário pré quase rebaixamento de 2014. Um final disputada, uma taça conquistada. Na primeira chance, provou-se vitorioso como sua velha versão. A alma, enfim, domou o corpo.

50 jogos depois, o Palmeiras fez do Allianz Parque o seu campo minado. No atual campeonato, já são 5 jogos com 5 vítimas e sem gols sofrido. Perfeição. Do sofrimento o Allianz Parque foi forjado e na glória, consagrado. Hoje, chega ao número comemorativo com histórias lindas para contar. E olha que esse livro está ainda nas suas primeiras páginas..!

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