Respire, santista, ainda que esse texto não seja uma celebração do seu time, não estamos dizendo o que parece. O Santos merece toda a honraria histórica, merece todo o carinho por ser um celeiro de craques, de ter abrigado o maior jogador de futebol que a galáxia viu e por ter um amontoado de conquistas. Mas são estas conquistas que motivam essa crítica. O Santos se tornou o time do quase.

Comandado por jogadores que ostentam uma empáfia assustadora, que representam a maior arrogância do futebol brasileiro já há alguns anos, a equipe da Vila Belmiro é daqueles casos inexplicáveis de equipes que demonstram um futebol de alta qualidade, mas que esbarram na própria mente, cai para si, é derrotado todas vezes da mesma forma, forma essa que não diz respeito a bola e ao campo.

Em 2015, o Santos venceu o campeonato paulista diante de um favoritismo assustador e diante de uma decisão em penalidades, muito por conta dos inúmeros gols desperdiçados por Ricardo Oliveira e seus blue caps que demonstravam certa confiança exagerada, de quem decidiria a qualquer momento. Beijou a derrota na bochecha, mas venceu. Dava mostras do que viria meses depois, contra o mesmo rival Palmeiras.

A Copa do Brasil é um dos casos mais emblemáticos de um time que perdeu um jogo no qual era muito, mas muito favorito. Jogou de maneira questionável, zombou do rival, demonstrou uma confiança desrespeitosa e perdeu. Caiu. Errou. Diziam que jamais errariam, que eram superiores, mas perderam para a própria língua. Era o primeiro exemplo.

Nesta quarta feira, o Santos enfrentou o Internacional, em POA, em jogo válido pelas quartas de final da Copa do Brasil. O Inter colocou seus reservas em campo, o Santos tinha vencido o primeiro embate, tinha a vantagem. Entrou em campo com a velha soberba, com a habitual empáfia, de forma displicente e um tanto despreocupada. Foi derrotado por onze caras que se mataram em campo, jogaram com tudo o que tinham. O Santos jogou de terno. De morto.

Morto na Copa do Brasil, mais uma vez, morto na disputa do campeonato brasileiro por ter perdido para o lanterna da competição, por ter entrado com nojo diante dos mais fracos. A esquadra do Santos é quase decisiva, é quase campeão, é quase respeitável. Não honra sua brilhante história. Dá nojo. Precisa repensar sua identidade e não confundir mais ousadia com despeito. O DNA de jogo bonito é louvável, mas o estilo de desprezo não pode existir.

Em time de Lucas Lima, Renato sempre será rei. Renato sempre vencerá, Lucas Lima sempre será o quase craque. Acorda, Santos.

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