O Campeonato Paulista de 2018 começa nesta quarta-feira. 16 equipes tentarão repetir o feito do Corinthians em 2017 e ficar com a taça de campeão estadual.

As disparidades entre capital e interior são cada vez mais evidentes. Com orçamentos recheados por generosas cotas de televisão, além de patrocínios, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos saem na frente dos seus concorrentes na luta pelo título. Às equipes do interior, resta aproveitar a superioridade física que terão nas primeiras rodadas para tentar embalar e dificultar a vida dos quatro grandes.

Se apontar favoritos no estadual mais disputado do Brasil soa ousado, arriscar-me ei a ouvir impropérios de exaltados torcedores e cruéis julgamentos caso meu palpite venha a falhar. Palmeiras e Corinthians partem na frente da concorrência e aparentam ser as principais forças deste estadual.

Um, Palmeiras, na condição de Tio Patinhas. A famosa personagem dos desenhos animados cabe muito bem na representação do que é o antigo Palestra Itália nos dias de hoje.  Dono de um dos maiores orçamentos do país, o Palmeiras se deu ao luxo de contratar aquilo que havia de melhor no mercado. Reforçou as laterais, ponto mais fraco da equipe em 2017, com Marcos Rocha e Diogo Barbosa, sonhos de consumo de qualquer grande clube. Contratou Lucas Lima, que apesar de ter seus momentos de mestre dos magos tem um talento inegável e se motivado pode ser o destaque absoluto do torneio. Quando todos disputavam Gustavo Scarpa, lá foi o Tio Patinhas abrir o cofre, e garantir o ex Fluminense. A bonança é tamanha que o Palmeiras se deu ao luxo de cogitar oferecer Jailson, invicto com a camisa verde, como parte do pagamento do meia do Tricolor das Laranjeiras. Podemos dizer sem medo de exagerar que o coletivo entre titulares e reservas do Palmeiras terá um nível técnico maior do que boa parte dos jogos deste Campeonato Paulista. Não se trata aqui de julgar origem do dinheiro ou ética nas contratações. Apenas faz-se necessária uma análise técnica, e dentro de campo, a superioridade do elenco palmeirense é inegável.

O Corinthians entra na condição de Pato Donald. Rabugento, pobre e amado pelas multidões. O técnico Fabio Carille montou em 2017 um time aguerrido, sem grandes destaques ou jogo vistoso. Sólido na marcação, sustentado numa defesa bem estabelecida e na velocidade para jogar no contra-ataque. Não por acaso boa parte dos melhores jogos do time foram jogando fora da sua casa. Para 2018, o time de Parque São Jorge perdeu duas peças fundamentais: o lateral-esquerdo Guilherme Arana e o centroavante Jô. As reposições foram modestas: Juninho Capixaba chegou para cobrir para a lateral, enquanto o centroavante ainda não foi contratado. Mas a força do time permanece na disposição para a marcação, para pressionar e não deixar o adversário jogar e na rápida saída de bola. Não é rico, não é vistoso, mas é eficiente, e traz para si o apoio de uma Fiel torcida que pode ser decisiva em jogos importantes.

Luizinho, Huguinho e Zezinho completavam a trilha. Os sobrinhos do Pato Donald aprontavam todas e deixavam os mais velhos de cabelo em pé. Esse papel cabe perfeitamente para os restantes 14 times do Campeonato Paulista. Não eram exatamente coadjuvantes, mas não conseguiram roubar o papel principal do Pato Donald e seu tio rico. Por falar em roubar, não podemos esquecer-nos dos Irmãos Metralha. Eles sempre tentam, e nunca conseguem, roubar a fortuna do Tio Patinhas. Quem será que leva essa disputa? Meu palpite está dado, caberá ao tempo dizer se tudo isso é realidade ou não passa de desenhos animados.

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