Os certames decisivos da Copa do Brasil que se encerraram nesta quinta-feira deixam uma evidencia incontestável: nós chegamos no fundo, no último e mais triste estágio da qualidade do futebol que aqui é praticado. Foram duas noites de horror, de desgraça no esporte que sempre nos deu tanto respeito e altivez. Nosso orgulho precisa ser revisto, sim. E logo. Já não é sem tempo de fingir que “futebol democrático” significa um bom adjetivo.

Foram duelos recheados de flâmulas poderosas, patrocínios garbosos e historias bonitas, mas isso só reitera o tamanho da encrenca. Grêmio e Atlético Paranaense disputaram a classificação na disputa de penaltis, em POA. Foram DEZESSETE cobranças realizadas. DEZ PERDIDAS. Uma sequencia de seis desperdícios protagonizados por selecionáveis, como Luan e Weverton. Aí, você questiona: mas os goleiros estão lá para isso. Certo. Mas os nobres senhores ISOLAVAM cobranças após cobranças. Foram cenas patéticas que deixaram um constrangimento glorioso.

Luan, do Grêmio

Luan, do Grêmio

Palmeiras, o atual campeão e dono do tal “elenco de qualidade, com jogadores de sobra e que seriam titulares no Brasil todo”. Vá lá que o clube tinha sob os braços a vantagem de 3 gols sobre o Bota/PB, mas quanta falta de condição técnica demonstrou o expressinho alviverde. Que desgosto tiveram os torcedores ao ver algo tão ridículo representando sua paixão. E, não, não falta vontade. Falta uma coisa muito mais simples: qualidade. Que fique claro, também, que o time titular do verde é realmente bom, mas a alcunha sobre seu elenco, essa sim, é bem exagerada.

Corinthians e Fluminense protagonizaram um best seller de terror. Que partida horrorosa fizeram os rivais de estado. Disputado em Itaquera, o encontrou reuniu as melhores forças que Carile e Culpi tinham a disposição e isso é BEM pouco. Dois amontoados de jogadores razoáveis que duelaram como UFC, tiveram malandragens ilegais como o Senado Federal e jogaram futebol como eu, você e todos aqueles que são fraquinhos na nobre arte. Usain Bolt certamente se candidataria -com força- a assumir a camisa 10 de ambos.

Fortaleza e Internacional/RS. MEU PAI AMADO. Se você não assistiu a essa bosta, por favor, não veja. Foi algo bem além do ridículo. É como assistir a um jogo da zona de rebaixamento da série C. O tradicional time do Nordeste ainda está “na sua”, afinal, joga  nas divisões inferiores do Brasil e fez um jogo dedicado, mas o Inter é uma piada de gosto sádico e doentio. A passos de de papa léguas, o pior “””””””time””””””” que se apresentou na rodada. E os 1235 jogos sem vencer no Brasileirão não permitem mentir.

Poderia ser citado a sessão de gols desperdiçados por Santos e Vasco e a briga de foices entre Ponte Preta e Atlético de MG. Ou até mesmo a eliminação do São Paulo para um poderosíssimo esquadrão da milionária Série C, a situação caótica do tricolor, a pior fase da década no clube e a maior sequência de vexames que este articulista assistiu o SPFC passar. No mínimo, ridículo.

A situação é geral, é homogênea. O futebol brasileiro hoje tem o tesão como requisito básico para funcionar. É como ter uma máquina de café e julgar que o açúcar é a matéria prima.. Chega a ser babaca. Não há evolução sem qualidade. Vivemos uma crise de técnica, de talento, não de vergonha na cara ou colhões. A cultura está contaminada. Chegamos ao fim.

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