Na última semana, o São Paulo agitou o mercado de transferências ao confirmar a contratação do argentino Lucas Pratto, artilheiro ex Atlético Mineiro e com recentes convocações para a seleção argentina. Trata-se do 5º estrangeiro do elenco tricolor para 2017. O experiente zagueiro uruguaio Diego Lugano, o habilidoso meia peruano Cristian Cueva e os limitados compatriotas Julio Buffarini e Andrés Chavez completam a lista internacional do time do Morumbi, que conta ainda com dois assistentes técnicos europeus que trazem experiência ao iniciante técnico Rogério Ceni.

Jogadores internacionais tem sido recorrentes pelos lados do Morumbi. Ao todo, 26 argentinos, 16 uruguaios, 7 chilenos, 6 paraguaios e até mesmo atletas húngaros, cipriotas, espanhóis e de El Salvador fizeram parte do elenco do São Paulo ao longo da sua brilhante história. Grandes nomes, como Pablo Forlán, Pedro Rocha ou Dario Pereira, craques das décadas de 70 e 80. Outros com trajetórias medianas, como Victor Hugo Aristizabal (maior artilheiro da história do futebol colombiano, seu país de origem), Diego Aguirre (campeão da Copa Libertadores 1987 pelo Peñarol) e os chilenos José Luis Sierra (habilidoso meia canhoto), Claudio Maldonado (volante, de forte marcação e frequentes convocações para a seleção nacional) e Roberto Rojas (goleiro cuja trajetória se viu interrompida por uma absurda farsa de agressão a ponto de ser, à época, banido do futebol pela FIFA).

Mas se olharmos os últimos anos, o São Paulo tem se caracterizado por contratações pífias. O torcedor tricolor não sentirá saudade alguma do lateral Clemente Rodriguez, contratado com status de estrela junto ao Boca Juniors pela sua possibilidade de jogar tanto na direita quanto na esquerda e que acabou se firmando apenas no banco de reservas. Da mesma forma, Dorlan Pabón e Wilder Guisao chegaram da Colômbia para resolver os problemas do ataque tricolor após boas temporadas em times do seu país, contudo, não conseguiram ter uma sequência de bons jogos e acabaram indo embora sem mostrar a que vieram. E o que dizer dos laterais Ivan Piriz e Álvaro Pereira? Jogadores das seleções paraguaia e uruguaia respectivamente, mostraram muita determinação e entrega, mas tecnicamente deixaram muito a desejar e acabaram indo embora sem que o clube fizesse grande esforço por mantê-los. Mas nenhum caso é tão emblemático quanto o meia atacante Ricardo Centurión. Destaque do Racing de Avellaneda, chegou ao Morumbi como super contatação no início de 2015. Alegou dificuldades de adaptação ao idioma, problemas familiares, timidez excessiva. Ganhou infinitas chances tanto de Juan Carlos Osorio quanto de Edgardo Bauza, e as desperdiçou sucessivamente. Com um único jogo bom com a camisa do São Paulo (na Copa Libertadores 2016 contra o Toluca do México com direito a golaço), o argentino já se despediu e voltou para sua terra natal, onde coleciona confusões no seu novo clube, o Boca Juniors.

Em 2017, todas as esperanças estão no atacante Lucas Pratto. Após mais de 100 jogos e pouco menos de 50 gols no Atlético Mineiro, o jogador foi convocado para a seleção argentina, onde já balançou as redes duas vezes em quatro jogos e deixou na reserva o supervalorizado Gonzalo Higuaín. O atacante será relacionado para o jogo de domingo pelo Campeonato Paulista e promete encantar a torcida com entrega e gols. Veremos se vira um Pratto cheio ou mais uma grande indigestão.

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