Não há quem ainda não tenha visto em alguma esquina, aquela placa maldita escrito: “mini empadão”. Como assim, amigo? O Alê Alliati é uma das pessoas que já se indignaram com isso e já explicou a dose de perturbação que há nessa frase tão cruel com nosso sentido de lógica. Com esse sorriso sem vergonha ao ver nossa confusão mental. O mini empadão não é um empadão, porque é pequeno, mas é um empadão porque etimologicamente é algo distinto da empadinha. O mundial de clubes é um mini empadão.

Como assim, que bobagem é essa? Uma filosofia anti filosófica tão besta quanto o tal mini grandão. O mundial é o torneio da incoerência, da falta de coesão. Quem disputa? Vencedores de torneios continentais e convidados. Convidados jogam mais vezes, chegam mais habituados, batem os estreantes no país e na competição e ainda empurram pro derrotado a pecha de: vexame. É uma exigência de empadão num contexto de mini, vocês entendem?

São casos perturbadores pra qualquer ideia de lógica. O mundial é um bar vazio, aquele que vende empadão velho e frio, nunca tem ninguém, é silêncio, é chato, é azul. A semi final que é uma estreia pro campeão da América, é o empadão. Você acha que será algo grandioso, que será representativo, que te saciará. Não. Não vai. É pequeno. É mini. Ruim, rápido e muito difícil de engolir. E sobre eles, depositamos valor de guerra, de tudo ou nada, da fome saciada ou da derrota anunciada.

Atlético Nacional, meu caro amigo, você engasgou no mini empadão. Achou que era o suficiente, mas esbarrou no universo mini. O mundial é mini mesmo, em todos os sentidos. Jamais será uma empadão de respeito, como uma Libertadores da América ou uma Champions League. Augusto dos Anjos já sabia que a sátira é amiga e desfaz inglórias. Por um mundo menos bastardo. Por um mundial de verdade.

 

Comentários

comentário