Confesso que estou triste. O Brasil cada vez mais se transforma no país da notícia ruim. Em relação a esse meu pensamento, certamente alguns vão dizer: vai para Cuba então, ou qualquer outro lugar. A questão não é querer deixar de viver em terras tupiniquins, mas sim fazer com que não fiquemos cada vez mais conhecidos como país da impunidade e não mais o do futebol.

É assassinato aqui. Político que descumpre promessas ali. Ex-presidente condenado acolá… Já já você vai me perguntar onde quero chegar em um site esportivo com essas ladainhas. Quero chegar naquele velho ditado nosso: quem não chora não mama.

O Palmeiras fez melhor campanha na primeira fase, seria prejudicado por ter que jogar fora de seu estádio na primeira decisão de quartas de final do Paulistão. A torcida “chorou”. A diretoria “chorou”. O Falcade “chorou”. Os sites esportivos relacionados ao verde “choraram”. E agora todo mundo vai mamar, com justiça, é claro.

Isso reflete o que nós, brasileiros, temos que querer a cada dia: nossos direitos.

Direito de andar em um transporte público de qualidade e com preço justo. De poder viver em uma cidade limpa. De conseguir frequentar áreas de lazer. De poder sair de casa sem medo de não voltar. De ter uma vida digna. Com salário digno. Com respeito. E sem mimimi.

Não adianta apenas se indignar com o que acontece. Até mesmo porque, tudo que ocorre hoje é reflexo de algo que muitos em algum dia se calaram. Não se cale.

Chore.

Lute.

Queira.

Só assim a vida será digna a todos e não haverá mais impunidades. Caso contrário, as manchetes vão apenas se repetir.

Tique-taque. Tique-taque. Tique-taque. É o relógio brasileiro marcando mais um assassinato.

Tique-taque. Tique-taque. Tique-taque. É o relógio brasileiro denunciando mais um político corrupto.

Tique-taque. Tique-taque. Tique-taque. É o relógio brasileiro marcando mais uma mulher assediada.

Tique-taque. Tique-taque. Tique-taque. É seu relógio pedindo atitude.

Tique-taque. Tique-taque. Tique-taque…

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