A temporada de 2017 da ATP (Circuito de Tenistas Profissionais) inicia-se hoje com o Mubadala World Tennis Championship, torneio de exibição e preparação disputado em Abu Dhabi. A questão que se levanta é: quem será capaz de deter o atual número 1 do mundo, o britânico Andy Murray?

Com uma campanha fantástica (79 vitórias e apenas 6 derrotas), o tenista nascido em Dunblane (Escócia) defenderá uma campanha quase irretocável. Após 9 títulos em 2016, a questão será saber como o britânico reagirá sob pressão, sendo agora o homem a ser batido. O caminho para manter o número 1 do mundo passa em boa parte pelo 1º semestre, quando Murray não defende grande quantidade de pontos. Do meio do ano em diante, precisará defender nada menos do que um Grand Slam (Wimbledon) e dois torneios Masters 1000 (Shangai e Paris), além do Finals ATP.

Correndo atrás da liderança perdida. Esse parece ser o lema do sérvio Novak Djokovic. O tenista nascido em Belgrado começou o ano arrasador, sendo derrotado apenas três vezes até o mês de junho, quando foi surpreendido pelo americano Sam Querrey na grama sagrada de Wimbledon. Dai em diante, nada foi como antes para o sérvio, que levantou apenas uma taça (Masters 1000 de Toronto) e colecionou algumas derrotas inesperadas, como a 1ª fase das Olimpíadas do Rio de Janeiro contra o argentino Juan Martin Del Potro. Wawrinka, Bautista Agut e Cilic, além de Murray, aproveitaram-se da má fase do ex número 1 e o derrotaram ao longo do 2º semestre. O sérvio rompeu com seu treinador, o ex tenista Boris Becker, que afirmou que faltou foco ao seu ex pupilo. Com muitos pontos a defender até o meio da temporada, resta saber se Djokovic conseguirá recuperar o ritmo (e os pontos) perdidos para retomar o número 1 mundial.

A disputa pelo número 3 do mundo está acirrada: Milos Raonic, Stanislas Wawrinka e Kei Nishikori (nessa ordem ao final de 2016) estão de olho no top 3. Dono de um saque devastador, o canadense Raonic fechou o ano no melhor ranking da sua carreira. Após 52 vitórias e 17 derrotas, e apenas um título, ele tentará se consolidar no circuito aproveitando o fato de ser cabeça de chave em quase todos os torneios. O segundo suíço mais famoso do tênis mundial, que já fora número 3 do mundo em 2014, fechou o ano com 4 títulos (incluindo o US Open) e tentará nesse ano conquistar o único Grand Slam que ainda não obteve, na grama de Wimbledon. Com 11 títulos na carreira e 1 em 2016, o japonês Kei Nishikori corre atrás de Raonic e Wawrinka e precisa reverter estatísticas negativas contra top 10 (5 vitórias e 13 derrotas) se pretende subir no ranking mundial.

Na sequência, o Ranking ATP tem uma mistura de experiência e juventude que promete agitar a temporada. Dominic Thien, Nick Kyrgios, Lucas Pouille e Grigor Dimitrov (todos abaixo dos 25 anos e top 20 mundial) dão as caras pelas novas gerações do tênis mundial, que tem ainda experientes como Jo Wilfred Tsonga, Richard Gasquet e Ivo Karlovic entre os 20 melhores do mundo.

Não podemos deixar de fora deste guia o melhor regresso ao tênis de 2016. Após mais de dois anos nos quais a presença em hospitais foi maior do que nas quadras, Juan Martin Del Potro teve um regresso apoteótico. Nas olimpíadas, eliminou simplesmente Novak Djokovic e Rafael Nadal no caminho à medalha de prata. Em Wimbledon, uma vitória fantástica em cima de Stan Wawrinka. Em paralelo ao circuito, conduziu a Argentina ao primeiro título da história da Copa Davis derrotando Andy Murray em Glasgow e Marin Cilic em Zagreb, em jogos épicos que mostraram que o nível do tenista argentino permite-lhe competir com os melhores do mundo. Apenas o seu físico o impede, às vezes, de ter regularidade e o faz perder torneios importantes (ele não jogará o Aberto da Austrália) que não permitem que tenha um ranking equivalente ao seu talento.

Mas o caro leitor deve estar se perguntando: onde estão Federer e Nadal nesta análise? Pois bem, essa dúvida paira no mundo do tênis. Os melhores jogadores que a atual geração presenciou passaram por um 2016 turbulento, com lesões que os impediram de ser protagonistas na temporada da ATP. Nadal é o atual 9º do mundo, já  o grande Federer ocupa a modesta 16ª posição. Ninguém duvida da capacidade técnica de ambos, mas fica a dúvida de como será a resposta física dos ex número 1 do mundo. Contra eles, o fato de não entrarem como os principais cabeças de chave no Australian Open e por isso poderem enfrentar os primeiros do ranking ainda nas quartas de final.

A última luz vermelha se apagou, a largada foi dada! Quem chegará primeiro na bandeirada final? Façam as suas apostas!

 

DROP SHOTS

– O tênis feminino perdeu Ana Ivanovic. A ex número 1 do mundo anunciou aposentadoria após 13 anos por conta de problemas físicos.

– A tenista tcheca Ana Kvitova, duas vezes ganhadora de Wimbledon, sofreu um assalto doméstico, sendo agredida com uma faca. Ela ficará 3 meses fora das quadras.

– Bia Haddad, número 1 do Brasil na WTA, perderá o início da temporada após um acidente doméstico em que fraturou 3 vértebras.

– Bruno Soares inicia a luta para manter o número 1 do mundo de duplas junto com Jamie Murray. Parceria formada em 2016, eles acabaram o ano na 1ª colocação do ranking mundial.

– Marcelo Melo inicia o ano com novo parceiro, o polonês Lucasz Kubot. Eles já jogaram juntos em torneios esporádicos, conquistando o troféu no ATP 500 de Viena.

– Thomaz Bellucci inicia a temporada 2017 em Brisbane, Austrália, procurando uma regularidade que lhe permita melhorar o atual ranking (61º do mundo).

– Thiago Monteiro, número 2 do Brasil, ainda não divulgou seu calendário 2017, mas confirmou a presença no 1º Grand Slam do ano (Aberto da Austrália).

– Teremos tênis da maior qualidade no Brasil em 2017: O Rio Open (ATP 500) e o Aberto do Brasil (ATP 250) disputado em São Paulo trarão ao nosso país grandes tenistas entre 20 de fevereiro e 5 de março. Os ingressos para o Rio Open já estão à venda.

 

Dados obtidos em: http://www.atpworldtour.com/

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