Caro Menon,

Respeito sua trajetória como jornalista. Acompanho seu blog regularmente e concordo com boa parte das suas opiniões, entretanto, não posso concordar com sua coluna da madrugada do dia 9 de julho.

O Brasil perdeu da França, e não faz mal mesmo, pois estamos no começo de um novo ciclo olímpico, com um novo treinador e com alguns novos jogadores entrando numa equipe que já conquistou tudo o que passou pela frente. Sim, há Liga Mundial todos os anos, mas não se trata da maior competição de vôlei, que tem no Campeonato Mundial e nas Olimpíadas seus pontos máximos.

Acredito, caro Menon, que sua especialidade passe longe desse esporte, caso contrário, não afirmaria de forma tão despreparada que se trata de um esporte simples e com poucas variações. Durante o jogo que decidiu a Liga Mundial 2017, um dos motivos que levaram à derrota brasileira foi a falta de variação no ataque durante um set e meio, no qual o levantador (que tem sim a função de colocar o drible e a magia com a bola nas mãos, diferentemente do que o senhor afirma não existir) insistiu em jogar na entrada de rede com o ponteiro Lucarelli, que em noite pouco feliz errou mais do que acertou, facilitando o bloqueio francês. Aliás, a equipe francesa, justa vencedora, deu um show tático de cobertura e defesa, aproveitando todos os contra-ataques e pontuando nos momentos decisivos.

Quanto à torcida, que o senhor afirma não ser de massa, acredito que houve um equívoco na sua colocação. Foram disponibilizados 24 mil ingressos para a final, dos quais mais de 23 mil foram vendidos. Como acontece em eventos deste porte, não estamos falando em ingressos com preços acessíveis à maioria da população, o que torna esse número de torcedores realmente excepcional. E felizmente o vôlei tem um patrocinador que tem condições de distribuir camisas e proporcionar à torcida um ambiente esportivo seguro e muito próximo de eventos internacionais que são amplamente elogiados pela sua estrutura e organização como é o caso da NBA ou demais esportes americanos.

Infelizmente, caro Menon, o vôlei não é protegido pela mídia, que aliás, só lembra da sua existência em competições de grande porte. Apenas a Redetv aposta em transmissões na TV aberta e na TV fechada há o monopólio da Sportv que transmite, no máximo, dois jogos por semana entre masculino e feminino.  Caso houvesse essa tal proteção, o esporte teria a divulgação que merece por se tratar do atual campeão olímpico.

Encerrando, trata-se sim de um time de guerreiros, que lutou com todas as  armas até o fim contra um adversário que jogou melhor e perdeu o jogo em detalhes, a ponto de sair de quadra ovacionado pela torcida, que ficou no estádio com menos de 10 graus às 2h da manhã para aplaudir a premiação da equipe. Se qualquer equipe de futebol tivesse a mesma garra e dedicação, certamente a reação da torcida e da imprensa seria (merecidamente) a mesma.

O senhor pode gostar de curling, apenas não menospreze o segundo esporte mais popular do país no momento.

Esse texto é uma singela e educada resposta ao blogueiro Menon, que afirmou não gostar de vôlei após a derrota brasileira na final da Liga Mundial 2017 https://blogdomenon.blogosfera.uol.com.br/2017/07/09/eu-nao-gosto-de-volei/

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