Amigo do Linha e fã de futebol, o Linha Tática de hoje vai mostrar detalhadamente como o Atlético Paranaense passou a ser uma equipe que flerta com o G-4, que é muito efetivo dentro e fora de seus domínios. Estivemos na Arena da Baixada para o duelo do Furacão contra o Fluminense de Levir Culpi, nesse domingo, às 16h. A vitória veio para Paulo Autuori e companhia em um magro 1 a 0, mas com muitas coisas bacanas a serem ditas.

Formatado em um 4231, o Atlético veio a campo diante de sua presente e intensa torcida em um modelo de jogo reativo. O Fluminense iniciou com a mesma formatação de 3 meias e um homem mais enfiado, ainda que este fosse Richarlyson, um camisa 9 ágil, de muita movimentação, e tentou propor as ações, mas não notava que dava ao Furacão o que ele buscava: a retomada.

O esquema de jogo do Furacão

O esquema de jogo do Furacão

A primeira linha do Atlético era um tanto estática, com os dois zagueiros lentos, mas bem postados em uma linha média, um sistema de laterais cujo avanço era alternado. No meio, os dois volantes tinha funções muito distintas. Otávio, o de combate, não dava espaços para Marcos Jr, o armador rival, e Hernani, o de saída, jogava na entrelinha do Flu, no espaço que sobrava entre os lentos Henrique e Gum e os avançados Cícero e Douglas. O meio de campo foi sendo tomado.

A segunda linha tinha Vinicius, Pablo e Yago, três jogadores ágeis que não guardavam posição, sempre jogando de forma a alongar a defesa rival, abusando da metragem máxima do gramado. O Fluminense se espaçava e aí entra o grande personagem deste jogo: Walter, o ex-gordinho. Ele foi a peça fundamental, foi quem deixou as duas torres gêmeas do Fluminense completamente perdidas e não o vendo de forma alguma.

O camisa 18 do Atlético deu UMA AULA DE FUTEBOL. O sistema reativo de Paulo Autuori só acontece com efetividade por causa dele. Explicamos: a bola recuperada sai da defesa com o lateral mais próximo, chega em em algum dos pontas que imediatamente aciona Walter, de costas, que aguarda a chegada dos volantes e meias que chegam de frente, com campo aberto. No gol da vitória, foi Hernani quem chegou e arrematou. E o espaço que ele teve se deve a abertura de linha que os pontas das extremas causaram. Ponto para Autuori.

image

Mas e quando a bola não era recuperada em jogo, saia de posse inicial do Furacão? O ponto máximo de treino que vimos. Weverton, o goleiro que deu um recital com os pés. Como? Ele repôs TODAS AS BOLAS no peito de Walter que GANHOU TODAS AS VEZES de Henrique e Gum. Causou riso neste que vos escreve a insistência de acerto que a dupla teve. Era impressionante. Ligação direta, fantasticamente bem aproveitada. Com Walter, o mesmo sistema, pontas abertos e bola para quem chega. O Atlético perdeu inúmeras oportunidades, mas demonstrou uma capacidade tática muito, mas muito boa.

No momento defensivo, as dobras foram o destaque. Paulo Autuori e seus comandados encaixariam seu sistema em duplas. Pontas com laterais, volantes com meias. Otávio é o grande marcador deste elenco e talvez deste campeonato. O cérebro de fôlego. Sempre antevendo as ações, marcando acima do meio campo adversário, sem deixar com que a linha de 3 de ataque girasse e ficasse de frente com o gol. Reage antes. Não cede oportunidade.

Por fim, Paulo Autuori mostra que times de pouco poder técnico tem condições de brilhar se bem alinhados com suas capacidades localizadas, suas jogadas muito bem produzidas. Ele passa tranquilidade aos seus homens na beira do campo. Muito complacente, no bom sentido. Muito provavelmente, o Furacão vai varrer adversários aos montes nesse campeonato.

Comentários

comentário