As lágrimas e a linha tênue do sucesso

Djokovic chegava nos Jogos Olímpicos como número 1 do mundo, favorito ao ouro, quase um oásis na competição. Seu possível adversário seria Andy Murray, o único que vem de resultados bons nos duelos recentes. O primeiro desafio de Nole seria Juan Martín Del Potro, atual número 145 do mundo no ranking da ATP, um ex-top 5 que voltava de um período de inatividade por conta de sérias lesões. Foi assim que começou o duelo desta noite. O resultado parecia óbvio, mas..

Delpo fez um jogo de equilíbrio mental fantástico, como quem sabe de suas limitações atuais e não quer propor, sabe que a reatividade pode funcionar. É assim foi. Duplo 7/6 com tie-breaks perfeitos do Argentino, que jogava embalado por uma grande torcida hermana na quadra Maria Esther Bueno. Aquele resultado natural foi desfeito e as lágrimas tomaram conta do ambiente. De todos.

No abraço pós partida, Delpo já se mostrava muito abalado, encostando o rosto nos ombros de Djokovic, que ainda parecia blasé. Em seguida, desabaram. Os dois deixaram a quadra aos prantos. Os motivos diferem: o número 1 sente a dor de deixar uma competição na qual era o dono virtual da vitória, de deixar o país que diz amar. O Argentino, por ver a superação acontecer, de sentir na pele o resultado do desejo de recuperar-se e voltar a jogar. De bater o maior do momento. O choro de ambos é digno, é muito respeitável.

Na sequência da competição, Del Potro enfrenta João Souza, brasileiro que venceu na primeira rodada. É nesse dia de choros felizes e descontrolados, o tenis mostrou sua face intensa. Murray, citado acima como favorito nas simples, perdeu sua estréia nas duplas e está eliminado. Serena, a maior tenista do mundo, também não joga mais no torneio de duplas. Sorte nossa, dos brasileiros, que avançaram todos no masculino. O único desejo é que os choros brasileiros sejam apenas como o de Del Potro.

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